26 de maio de 2008

Caríssimas, no contexto da minha cruzada de fé fui passar uns dias ao Tibete (giríssimo, por sinal)... Resolvi levar a coisa a fundo e passei uns dias enfiada num mosteiro (tive que accionar alguns contactos porque não era permitida a presença de mulheres...) em estado de meditação profundo, consegui atingir o samadhi. A resposta à minha questão existencial é a "aceitação", percebermos que "eles não sabem mais"... Ou seja, por mais que tentemos, há coisas que nunca os vamos conseguir fazer perceber. Passo a dar alguns exemplo:



- diferenças entre carmim e vermelho fuchsia/magenta e rosa choque

- que cordon bleu e voul au vent são especialidades gastronómicas

- que pepino e courgette são legumes diferentes

- a razão pela qual todas as mulheres têm, no mínimo, 10 carteiras

- o que é um necessaire

- por que razão, todas as estações, temos que actualizar o nosso guarda roupa

- diferença entre leggings e meias

- que são corsários não têm nada a ver com pirataria

- perceber com um simples olhar se uma mulher tem implantes de silicone ou se o produto é natural

enfim... a lista poderia tornar-se muito longa, mas julgo que já deu para perceber a ideia...



Trata-se de uma linguagem altamente técnica que eles não dominam e dada a complexidade destas questões parece-me uma área de conhecimento que lhes estará eternamente vedada. Depois há que ter em conta que eles ocupam aquelas cabecinhas com coisas completamente inúteis: discutir até à exastão o que é um fora de jogo, decifrar mapas (ainda não se aperceberam que se trata de documentos com valor meramente histórico? Há gps...) e inventam palavras estranhas: derby e hat-trick ... depois, claro, não há espaço para aprenderem as coisas importantes... É por isso que são tão inseguros e têm "problemas de expressão". Portanto, nada de desânimo, é uma realidade incontornável. Temos que ser diplomáticas e ter a consciência de que a democracia nas relações passa pela aceitação das diferenças.
Agora, sempre que se virem numa situação em que lhes pedirem para comprar tomates cereja e eles aparecerem em casa com umas belas cerejas de Resende, não desesperem e antes de lhe entregarem uma imagem impressa em computador (a cores) com aquilo que realmente pretendem, pensem: "eles não sabem mais!" ;)


50 ways to leave your lover

Um viva às novas tecnologias! Viva!

Há uns anos atrás, quando a coisa a dois não corria bem e todas as memórias tinham que ser destruídas, optava-se por algo em grande! Queimar fotos e cartas de amor numa gigante pira fúnebre (e os vizinhos a chamarem os bombeiros), rasgar tudo em mil pedacinhos para evitar qualquer reconstituição, deitar confetis amargurados na praia misturando ranho e lágrimas à água do mar. Lindo!

Felizmente, tudo se tornou mais asséptico actualmente. Queres apagar as fotos daquela avantesma que pouco mais tinha do que um belo tónus muscular, ou do outro que comunicava em monossílabos? Nada mais fácil querida. Abres ficheiro do teu pc, sim, aquele intitulado 'eu & ele', seleccionas a foto e ... PIM ... delete! Sem lixo (temos sempre que nos preocupar com o ambiente), sem dor (é que volta e meia os fósforos voltavam-se contra nós) e sem lágrimas (o que resulta ainda melhor se o processo mecânico for acompanhado de umas belas críticas construtivas à velocidade do seu pensamento).

Ainda assim, não prescindo de uma bela peixeirada à italiana. Eu, na varanda de casa, de negligé preto e rolos no cabelo (mas sexy como, sei lá, a sofia loren), ele de boxers cá em baixo, a roupa dele toda a voar, mais as malas, os acessórios e os jornais desportivos e a vizinhança espapaçada a gozar o espectáculo.

Há lugares-comuns que fazem parte do nosso imaginário, apesar das novas tecnologias!